RELEASE
RELEASE
‘ORFEU’ VOLTA AOS PALCOS MAIS DE 50 ANOS APÓS SUA ESTREIA
COM DIREÇÃO DE ADERBAL FREIRE-FILHO, JAQUES MORELENBAUM E JAIME ALEM
Musical com texto e letras de Vinicius de Moraes e
músicas de Tom Jobim percorre o país a partir de setembro
Na noite de 25 de setembro de 1956, o Theatro Municipal do Rio de Janeiro presenciou um impacto seguido de perto pelo nascimento de um clássico imediato. O impacto foi causado pelo elenco do Teatro Experimental do Negro – pela primeira vez um time de atores negros ocupava o palco do mais famoso teatro brasileiro. Orfeu da Conceição, obra-prima escrita por Vinicius de Moraes, com música de Tom Jobim e cenários de Oscar Niemeyer. Baseado no mito grego de Orfeu e Eurídice, o musical apesar de ter permanecido só por 10 dias em cartaz, foi muito bem recebido pela crítica da época e se tornou um marco do modernidade musical e teatral brasileira. Passados 54 anos daquela noite histórica, o espetáculo, rebatizado agora apenas de Orfeu, voltou ao cartaz com produção de Gil Lopes, direção de Aderbal Freire-Filho, direção musical de Jaques Morelenbaum e Jaime Alem e um elenco formado por 16 atores negros acompanhados em cena por uma banda de sete músicos. A estreia nacional foi no dia 9 de setembro, no Canecão, Rio de Janeiro, para uma temporada de duas semanas. De lá, a montagem seguiu para São Paulo (HSBC Brasil, de 23 de setembro a 3 de outubro), Brasília (Teatro Nacional – Sala Villa-Lobos, de 07 a 10 de outubro).
Os atores têm formação em canto e dança e foram selecionados por meio de testes disputados por milhares de candidatos de todo o país. “Este elenco responde por grande parte do frescor e da jovialidade do espetáculo”, afirma o produtor Gil Lopes, diretor da ShowBras Produções Artísticas, empresa que há três décadas atua no mercado de shows, espetáculos e eventos no Brasil e no Exterior e que conta, em seu portfólio, com nomes como os de Maria Bethânia, João Gilberto e Adriana Calcanhotto. “Os atores são todos estrelas”, complementa o diretor Aderbal Freire-Filho, para quem Orfeu, em processo de ensaios, já se revela como um dos melhores trabalhos de sua carreira. “No teatro, a estrela não é o diretor, nem mesmo o autor. A estrela é o ator, a atriz.”
O elenco principal do musical traz os nomes de Érico Bras (Orfeu), que também pode ser visto no filme Quincas Berro d’Água, do diretor Sérgio Machado, Aline Nepomuceno (Eurídice), atriz baiana que protagonizou a primeira e segunda temporadas da minissérie global Ó Paí, Ó, Jessica Barbosa (Mira), premiada com o troféu de atriz revelação em 2009 no Festival de Cinema Negro de São Paulo pelo filme Besouro e Wladimir Pinheiro, que estreou na televisão na minissérie Capitu, dirigido por Luiz Fernando Carvalho, e que no musical vive o personagem Poeta. Para dar a dimensão do talento de Érico Bras, de quem é amigo desde os tempos em que ambos integravam o Bando de Teatro Olodum, o ator Lázaro Ramos costuma dizer que “ainda bem que me descobriram antes, senão não teria mais espaço para mim”.
Em mais de meio século, esta é a primeira vez que o espetáculo, cuja trilha traz algumas das mais belas canções da música brasileira e que daria origem à bossa nova, volta a ser apresentado na íntegra. O musical serviu de base para o filme Orfeu Negro, do diretor francês Marcel Camus, que ganhou, em 1959, a Palma de Ouro em Cannes e o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em Hollywood. Em 1999, o diretor Cacá Diegues revisitou a obra original para criar o filme Orfeu, com trilha sonora assinada por Caetano Veloso.
“Quis remontar Orfeu para que não só eu, mas as novas gerações também pudessem ter contato com este clássico da dramaturgia nacional”, acrescenta Gil Lopes. “Este espetáculo é uma espécie de pré-sal cultural do Brasil, é uma riqueza negra enterrada. Trazer Orfeu de volta aos palcos é uma urgência nesta época em que o Brasil se consolida social e economicamente”.
Além das criações originais, foram incluídas algumas canções de Tom e Vinicius no espetáculo. “Acrescentei com bastante liberdade outras pérolas que vieram a ser criadas posteriormente pelos parceiros, buscando sempre visualizar suas relativas inerências estéticas e temáticas à dramaturgia que Aderbal concebe para esta montagem”, explica Morelenbaum. “Essa sacada nos dá a sensação que a obra deles foi uma simples e genial continuação da peça, tamanho é o enquadramento destas canções no contexto”, exalta Jaime, que complementa: “a nova montagem de Orfeu vai despertar no público, nos compositores e artistas contemporâneos, uma reflexão muito séria sobre o que é a música brasileira hoje”.
Os diretores musicais não escondem o entusiasmo em trabalhar com a matéria-prima de Tom e Vinicius. “Para mim, participar de Orfeu não é apenas uma opção de trabalho, é uma dádiva. Eu sou do interior e, muito tímido, não consegui me aproximar do Jobim nas poucas vezes em que tive chance, agora posso abraçá-lo de alguma maneira. E para Vinicius eu dedico cada nota tocada no violão. Ele foi o princípio de tudo”, celebra Jaime. “Mergulhar neste admirável Orfeu da Conceição traz-me a alegria de revisitar um momento iluminado e único, o encontro inaugural entre dois dos maiores gênios artísticos que o Brasil já produziu, Antonio Carlos Jobim e Vinícius de Moraes, e poder compartilhar dessa extraordinária obra, revivendo-a e reconstruindo-a, a fim de que novas gerações tenham a oportunidade de degustar essa rara inspiração”, enaltece Morelenbaum.
Nos últimos anos, o texto de Orfeu voltou a ganhar destaque mundial ao ser citado em A Origem dos Meus Sonhos, a autobiografia do presidente dos Estados Unidos Barack Obama. No livro, Obama descreve a noite em que, aos 16 anos, acompanhou a mãe ao cinema para assistir ao filme Orfeu Negro. “Os olhos dela se iluminaram diante do mito grego dos amantes desventurados, Orfeu e Eurídice, ambientado nas favelas cariocas durante o carnaval...e da promessa de uma outra vida: quente, sensual, exótica, diferente”, escreveu o presidente.
Vinicius de Moraes transportou para as favelas cariocas, num feriado de carnaval, a história de amor de final trágico entre Orfeu e Eurídice. No musical, Orfeu, um sambista que vive no morro, filho de um músico e de uma lavadeira, apaixona-se por Eurídice. A paixão entre Orfeu e Eurídice desperta o ciúme e o desejo de vingança em Mira, ex-namorada do sambista, que leva Aristeu, apaixonado por Eurídice, a matá-la.
“Sabemos que o morro, lugar onde se passa a história de Orfeu, não é mais como era na época em que Vinicius escreveu a peça”, diz o diretor Aderbal Freire-Filho. Ele explica que não teve a intenção de fazer uma atualização, de colocar a violência dos morros atuais como um fator que modificasse a estrutura da peça. “Eu pretendi aqui interferir minimamente nesse núcleo original da história. Vinicius sempre destacou a natureza clássica de seu texto e eu quis preservar essa natureza. Toda a dramaturgia foi criada em torno da história central, nas suas margens, como moldura para a peça”. Os três atos da montagem original foram agora condensados em dois.
Considerando uma referência de Vinicius de Moraes a “um poema em forma de teatro, no qual o autor está profundamente presente”, o diretor Freire-Filho inspirou-se nesta ideia para criar, na atual montagem de Orfeu, o personagem do Poeta, que não representa, necessariamente, a figura de Vinicius. “É o poeta ideal, eterno, um nome que resume muitos poetas, que resume a própria poesia”. A principal virtude da presença deste Poeta, segundo Aderbal, é que ele dirá, em cena, alguns poemas de Vinicius tão conhecidos quanto suas músicas.
O espetáculo, segundo o produtor Gil Lopes, trata do desejo humano do amor acima da vida e da morte, um tema que sempre foi explorado na poesia de Vinicius de Moraes. Orfeu discorre sobre a paixão humana, a obsessão sem limites que ela gera e como ela contamina tudo que está a sua volta. Inspirado em um dos mais belos e trágicos mitos da civilização ocidental, o espetáculo ganha um tom de modernidade conferido pela visão poética de Vinícius. Uma visão que reafirma a paixão como um dos mais nobres sentimentos humanos.
O GIGANTE ACORDOU
Orfeu volta ao cartaz numa época em que muitos teatros de São Paulo e Rio de Janeiro encontram-se ocupados por grandes musicais produzidos originalmente na Broadway ou em Londres. “Em vez de intimidar, esta realidade é motivadora, dá mais vontade de mostrar o que é nosso. A presença dos musicais estrangeiros indica que está na hora de investirmos na produção nacional no gênero”, diz o produtor Gil Lopes. “Neste sentido, nada é mais oportuno do que apresentar Orfeu, o maior musical brasileiro, produto da mais ilustre e vitoriosa parceria na cultura nacional: o encontro de Vinicius de Moraes e Tom Jobim”.
Gil Lopes acrescenta que nos últimos anos, com a estabilidade econômica, os índices de crescimento superlativos e o respeito que o país está angariando da comunidade internacional, o gigante finalmente acordou: “Este momento de afirmação brasileira passa necessariamente pela cultura. A estreia de Orfeu vem justamente estimular este caminho. Da direção ao elenco, da cenografia ao figurino, e passando pelos músicos, tudo que envolve a produção de Orfeu é um luxo só”.
Segundo o produtor, estes 54 anos transcorridos desde a primeira montagem da peça só serviram para lapidar a grandiosidade do espetáculo. “Orfeu é absolutamente recente. Não apenas por contar uma história oportuna, que nos define, mas por trazer as canções de Tom Jobim, consagradas no mundo inteiro e que representam o que de melhor a música brasileira já produziu”.
SINOPSE
“Não sou daqui, sou do morro. Sou o músico do morro. No morro sou conhecido, sou a vida do morro. Eurídice morreu. Desci à cidade para buscar Eurídice, a mulher do meu coração. Há muitos dias busco Eurídice. Todo mundo canta, todo mundo bebe: ninguém sabe onde Eurídice está. Eu quero Eurídice, a minha noiva morta, a que morreu por amor a mim. Sem Eurídice não posso viver. Sem Eurídice não há Orfeu, não há música não há nada. O morro parou, tudo se esqueceu. O que resta de vida é a esperança de Orfeu ver Eurídice nem que seja pela última vez”.
Orfeu da Conceição - Vinicius de Moraes
O mito de Orfeu reúne os principais temas poéticos da obra de Vinicius: a aliança entre a música e a poesia, a presença marcante da mulher, a obsessão pela morte e a fé no amor absoluto. Vinicius de Moraes transportou para as favelas cariocas, um feriado de carnaval, a história de amor de final trágico entre Orfeu e Eurídice. No musical, Orfeu, um sambista que vive no morro, filho de um músico e de uma lavadeira, apaixona-se por Eurídice. A paixão entre Orfeu e Eurídice desperta o ciúme e o desejo de vingança em Mira, ex-namorada do sambista, que leva Aristeu, apaixonado por Eurídice, a matá-la. Numa terça-feira, último dia de Carnaval, Orfeu desce do morro e vai até o Clube Os Maiorais do Inferno depois de Eurídice estar morta. Já ensandecido, ele vai procurar Eurídice para ver sua amada, tentar encontrá-la novamente. De volta à favela, solitário, ele é morto por Mira e pelas outras mulheres açuladas por ela.
MITOLOGIA GREGA
Entre as várias versões do mito de Orfeu, encontramos a que diz que ele era filho do deus Apolo e de Calíope, musa da poesia, Orfeu foi o músico mais virtuoso que já andou sobre a Terra. O som de sua lira, presente do pai, domava os animais selvagens e causava inveja aos rouxinóis. Sua mulher, a ninfa dos bosques Eurídice, também era dona de beleza rara. Um dia, ao fugir das investidas de um outro homem, Eurídice morreu picada por uma serpente. Orfeu, então, mergulhou numa tristeza tão profunda que resolveu descer ao reino dos mortos para tentar resgatar sua amada. Ao se deparar com Hades, o deus dos mortos, ele tocou sua lira de maneira tão pungente e dolorida que a divindade atendeu seu pedido. Eurídice estava autorizada a voltar com Orfeu para o mundo dos vivos com uma condição: ele não poderia olhar para ela durante a travessia. O casal então começou a caminhada, mas, ao avistar o primeiro raio de sol, Orfeu, esquecendo-se da advertência de Hades, olhou para trás para se certificar de que sua amada o estava seguindo. Seu olhar transformou Eurídice numa estátua de sal.
FICHA TÉCNICA
ORFEU
Texto: Vinícius de Moraes
Música original: Antonio Carlos Jobim
Produção: Gil Lopes (ShowBrás)
Direção: Aderbal Freire Filho
Direção musical: Jaques Morelenbaum e Jaime Alem
Cenografia: Marcos Flaksman
Coreografia: Carlinhos de Jesus
Iluminação: Maneco Quinderé
Figurinos: Kika Lopes
Diretora Vocal: Cris Delanno
BANDA:
Violão: Jaime Alem
Cello: Jaques Morelenbaum
Teclado: João Carlos Coutinho
Percussão: Zero Telles
Baixo: Rômulo Gomes
Sopro: Marcelo Bernardes
Bateria: Ronaldo Silva
ELENCO:
Orfeu: Érico Bras
Eurídice: Aline Nepomuceno
Mira: Jéssica Barbosa
Poeta: Wladimir Pinheiro
Prosérpina: Thatiana Pagung
Dama Negra/Mulher do Clube Maiorais do Inferno: Isabel Fillardis
Clio: Maria Salvadora
Apolo/PC/Garçom: Eduardo Canto
Cara de Cavalo/Aristeu/Cérbero: Milton Filho
Amigo do Poeta/Prudentino: Dandara Mariana
Fernandinho/Plutão: Édio Nunes
Amigo do Poeta/Policial: Márcio Vieira
Oficial de Justiça: Patrícia Costa
Amigo do Poeta/Policial: Pedro Lima
Amigo do Poeta/Policial: Rodrigo França
Amigo do Poeta/ Manuel-vizinha-mulher da tendinha: Verônica Bonfim
SERVIÇO RIO DE JANEIRO:
Estreia nacional – dia 09 de setembro (quinta-feira)
de 9 a 19 de setembro
Local: Canecão
Av. Venceslau Brás, 215 – Botafogo
Horários:
Quintas, às 21h30
Sextas e sábados, às 22h
Domingos, às 20h30
Capacidade: 1342 lugares
Classificação: 14 anos.
Duração: Aproximadamente 1h30
Abertura da Casa: 2h antes do espetáculo
Ar condicionado
•SERVIÇO SÃO PAULO:
Dia 23, 24, 25 e 26 de setembro de 2010 e 30 de setembro a 3 de outubro
Horários:
dia 23/9 e 30/9: 21h00;
dias 24 e 25/9 - 01 e 2/10: 22h00;
dia 26/9 e 3/10 : 19h00
Local: HSBC Brasil
Rua Bragança Paulista, 1281 – Chácara Santo Antonio
Informações e compra de ingressos:
Capacidade: 1800 lugares
Censura: 14 anos (desacompanhados). Menores dessa idade somente acompanhados dos pais ou responsáveis.
Duração: Aproximadamente 1h30
Abertura da Casa: 2h antes do espetáculo
Ar condicionado
•SERVIÇO BRASÍLIA:
TEATRO NACIONAL CLÁUDIO SANTORO- SALA VILLA LOBOS
SCTN, Via N2, s/n
Tel: (61) 3325-6239 / 6256
Dia 7, 8,9 10 DE OUTUBRO
Horários:
quinta dia 7- 21hs (show fechado)
sexta dia 8 - 21hs
sábado dia 9 - 21hs
domingo dia 10 - 19:30 hs
Capacidade: 1200 lugares, poltronas numeradas.
Censura: 16 anos (desacompanhados).
Duração: Aproximadamente 1h30
Abertura da Casa: 1h antes do espetáculo
Acesso para deficientes físicos
Ar condicionado
Mais informações:
Canivello Comunicação
Mario Canivello (mario@canivello.com.br)
Alan Diniz (alan@canivello.com.br)
(21) 2274.0131 / 2239.0835