MIÚCHA

 

BIO



Miúcha é carioca e foi criada em São Paulo. Seu pai, Sérgio Buarque de Hollanda, escritor e professor, era um boêmio caseiro que gostava das noitadas de música e conversa com amigos. Entre eles, Vinícius de Moraes,


                                                
 


                                                 


com quem Miúcha aprendeu alguns acordes no violão para tocar os compositores que o poeta gostava e que todos cantavam juntos.

 

Nos anos 50 a família ( pai, mãe e sete filhos) mudou-se para Roma, onde o professor foi convidado a dar um curso na Universidade de Roma. Foi um período inesquecível para todos..E a música continuava presente. O pai adorava interpretar canções napolitanas, com sotaque e dramaticidade exagerados ; Miúcha cantava com os irmãos as músicas do Festival de San Remo que aprendia no rádio. E ainda tinha as visitas frequentes de Vinícius, que servia na Embaixada do Brasil em Paris e aparecia sempre para ver os amigos – as noitadas de voz e violão, se multiplicavam.

 

Foi em Roma que Miúcha cantou num microfone pela primeira vez – tinha ido jantar com os pais no restaurante Osteria del’Orso e Vinícius os esperava no bar do andar de cima com um pianista que conhecia todas suas músicas – Vinícius gostava de cantar, sentado num banquinho encostado no piano. Dessa vez ele passou o microfone para Miúcha, surpresíssima, que cantou emocionada e nunca esqueceu a experiência.

 

De volta ao Brasil, Vinícius continuou a aparecer na casa de São Paulo. – era o tempo de Orfeu Negro e logo depois surgiu a música de Tom Jobim e de João Gilberto cantada de uma maneira diferente,



com um som tão sedutor que logo enfeitiçou toda uma geração. Miúcha os idolatrava de longe, sem poder imaginar que alguns anos mais tarde eles teriam uma presença tão marcante em sua vida.


              


                                  


Pouco tempo depois Miúcha ganhou uma bolsa de estudos e foi para Paris levando o violão na bagagem. De dia estudava História da Arte na Sorbonne, à noite cantava nos barzinhos de St.Germain. Num deles encontrou João Gilberto. Casaram-se e ficaram morando em Nova York, onde nasceu sua filha, Bebel Gilberto.


   


Em 1975, Miúcha voltou à cidade para seu primeiro CD "The Best of Two Worlds" , ao



                                     
             



lado de João e de Stan Getz .


Grava pela primeira vez com Tom Jobim ("Urubu"), iniciando uma deliciosa parceria musical, que se consolidou com o lançamento de "Miúcha e Antonio Carlos Jobim" (1977),


     


consagrando sucessos como "Pela Luz dos Olhos Teus", "Vai Levando" e "Maninha" (feita para ela. - um presente especial do irmão Chico Buarque, que também participou da gravação) .


Seu batismo de palco foi num espetáculo inesquecível, "Tom, Vinícius, Toquinho e Miúcha", que ficou quase um ano em cartaz no Canecão do Rio, além de viajar pelo Brasil e para o exterior – em Roma, se apresentaram no Teatro Sistina. Desse show gravado ao vivo, foi feito um cd.


Seu segundo CD com Tom Jobim, Miúcha e Tom Jobim, gravado em NY, contou mais uma vez com a presença de Chico Buarque e também de Claus Ogerman, um dos arranjadores prediletos do maestro.


Depois deste início na vida artística cercada de amigos queridos, Miúcha iniciou uma bela carreira solo, aprimorando sua arte nos palcos de todo o Brasil e de vários países no exterior. O jornal francês Le Monde assim definiu a cantora, por ocasião do lançamento de um de seus discos : "Voz quente, afinação exata, grande poder de comunicação, Miúcha cantou com os grandes nomes da MPB, mas também com o americano Stan Getz e com o cubano Pablo Milanês".


        


Artistas tão diferentes como João Donato, Chico Buarque, João do Vale, Cristóvão Bastos, Francis Hime, Leandro Braga, Braguinha e Carlos Lyra, entre outros, continuam a ampliar seu universo musical , contribuindo para fazer de Miúcha uma cantora extremamente versátil e criativa.


Os melhores violonistas brasileiros - Baden Powell, Rosinha de Valença, Guinga, Yamandu Costa já acompanharam sua voz em shows e discos. Dona de um timbre muito pessoal, facilmente identificável à primeira audição, cantando um repertório do maior bom gosto, Miúcha é hoje uma das grandes intérpretes da nossa melhor música.


Depois do álbum "Miúcha.compositores", dedicados aos muitos compositores que desenharam a trilha sonora de sua vida, Miúcha mergulhou numa pesquisa e realizou um projeto inédito, ressaltando a famosa musicalidade do poeta: só letras com músicas do próprio Vinícius, interpretadas por amigos e parceiros no seu mais recente CD ("Vinícius & Vinícius - letra e música”).

 

Em 2005 participou do CD e do DVD "Brasileirinho", de Maria Bethânia, assim como das temporadas de shows no Rio, em São Paulo e na Bahia. Ainda com Bethânia, produziu uma homenagem a Rosinha de Valença, com a participação de muitos amigos, o cd "Namorando a Rosa".

 

Viajou pelo nordeste com o Projeto Pixinguinha e ficou muito surpresa, quando se deu conta de que havia surgido no Brasil uma nova geração,um público bem jovem interessado na obra do Vinícius, nas músicas do Tom e sabendo as letras inteiras do Chico. Começou a idealizar seu novo show, dedicado aos três compositores mais presentes em seu repertório.


Nos primeiros dias de janeiro de 2006 estreou no Rio o show Uma Cantora e Três Cariocas, com Miúcha cantando as músicas e contando histórias de Tom Jobim, Vinícius de Moraes e Chico Buarque, amigos queridos , parceiros fabulosos.

 

Esse show viajou pelo Brasil, incorporando memórias e canções, que foram finalmente registradas no final do ano nos estúdios da Biscoito Fino. Com participação especial de Chico Buarque, arranjos de Leandro Braga, Cristovão Bastos e Itamar Assiere e produção de José Milton, Outros Sonhos vem sendo considerado o melhor cd da cantora.

 

Lançado em abril, o disco já está chegando a vários países. Miúcha voltou ao Japão, onde se apresentou e gravou com a cantora Lisa Ono, com Paulo e Daniel Jobim.


Em seguida, com o Jobim Trio e o pianista Leandro Braga, apresentou-se em Roma, dia 5 de novembro 2007, no Teatro Sistina, no projeto Brasil Memórias.


2008 celebra 50 anos de Bossa Nova.